Teorias sobre a Origem e Evolução dos Seres Vivos
Estimado estudante, nesta aula vai aprender as teorias que ditaram a origem e evolução da vida. Vários cientístas empenharam-se muito para perceber como exactamente ocorreu a origem da vida. São varias as teorias que sustentam a origem da vida.
Até ao final desta matéria você deve ser capaz de:
– Mencionar as teorias sobre a origem da vida;
– Descrever os contornos da origem da vida;
Teorias sobre a Origem e Evolução dos Seres Vivos
Estimado estudante!
Depois da teoria científica da origem da vida, temos a teoria sobre a origem e evolução dos seres vivos. Os dados existentes sobre a a evolução são limitados, por isso limitamo-nos à pesquisa experimental. Várias hipóteses acerca da origem dos seres vivos foram surgindo ao longo do tempo, fortemente influenciadas por princípios religiosos, filosóficos e culturais.
Há duas hipóteses para justificar a origem os seres vivos:
• Fixista ou fixismo: as espécies são imutáveis;
• evolucionista ou evolucionismo: as espécies recentes são o resultado de modificações lentas que ocorrem nos seres vivos e se foram acumulando ao longo do tempo.
Fixismo ou Criacionismo
Prezado estudante!
O fixismo que também se chamava criacionismo refere que as espécies surgiram tal como se conhecem no presente e mantiveram-se imutáveis ao longo do tempo, sem originarem novas espécies. Os fixistas acreditavam no criacionismo, enquanto outros defendiam a geração espontânea.
O criacionismo é doutrina acerca da origem dos seres vivos. Esta teoria fundamentava suas hipóteses da seguinte forma:
• Todas as espécies foram criadas ao mesmo tempo por um Ser infinito;
• Durante a criação, as espécies tinham as mesmas características que apresentam actualmente.
O surgimento de restos fossilizados de novas espécies, em estratos de rochas com diversas idades, mexeu com os seguidores do criacionismo. Na tentativa de conciliar os dados revelados pelo estudo dos fósseis com as ideias fixistas, George Cuvier propôs, no final do século XVIII, a teoria do catastrofismo.
– Teoria do Catastrofismo
Seguindo a origem do nome catástrofe, (acontecimento acompanhado de mortes ou ruínas ou ainda grandes desgraças), teoria que defendia que uma sucessão de cataclismos tinha atingido a Terra, destruindo todos ou quase todos os seres vivos existentes. Devido a uma força divina, a terra teria sido repovoada, após cada cataclismo, com formas de vida diferentes das existentes anteriormente. Nesta óptica, o catastrofismo explicava o surgimento de determinadas formas fósseis em alguns estratos mais antigos das rochas e a sua ausência em estratos mais recentes.
Geração Espontânea
Foram muitas as teorias formuladas para explicar a evolução dos seres vivos. A palavra espontâneo representa aquilo que acontece voluntariamente ou seja aquilo que não é força do nem aconselhado.
Foi em função das crenças do filosofo grego Aristóteles (384 a.C.) – acreditava que, em algumas condições, a vida podia surgir espontaneamente a partir de matéria sem vida, como por exemplo carne, frutas ou queijo em decomposição, ou mesmo de lama, por acção de um “principio activo” que actuava sobre essa matéria – hipótese da abiogénese. Esta explicação da origem dos seres vivos perdurou durante vários séculos.
Evolucionismo
Muitos cientistas não concordaram com os princípios da geração espontânea. Um deles foi Francesco Redi (1926-1697), biólogo italiano, que tentou demonstrar experimentalmente que essa ideia era falsa e que a vida só se origina a partir de outra vida pré-existente. Acreditava que as lavras que apareciam na carne em decomposição surgiam de ovos que tinham sido depositados por moscas e não por geração espontânea. Redi efectuou experiências para provar as suas suspeitas e constatou que: dias depois cada larva originou um casulo, que mais tarde se rompeu, deixando sair uma mosca. Foi a partir desta experiência que Redi realizou uma experiência para testar a sua hipótese sobre a origem das larvas.
– Experiência de Redi
A experiência de Redi ajuda-nos a perceber a origem de organismos, como surgem alguns seres em determinados locais.
Redi colocou carne em estado de putrefacção em frascos de boca larga; alguns destes ficaram abertos e outros foram tapados com gaze (tecido leve e transparente).
Observou que as moscas se juntavam à volta dos frascos, entrando livremente nos que estavam abertos. Depois de algum tempo, verificou que na carne destes frascos que estavam tapados com gaze, onde as moscas não conseguiam entrar, não apareceu nenhuma larva.
Redi demonstrou que os seres vivos observados na carne eram provenientes de outros seres vivos. Este facto era a favor da teoria da biogénese.
Biogénese é teoria que defendia que a vida se originava somente de outra vida pré-existente.
Fig 1. Experiência de Redi
– Experiência de Pasteur
Foram muitas as teorias sobre a origem e evolução dos seres vivos. Os cientístas envolvidos na investigacão da origem da vida, foram cruzando seus trabalhos porque encontravam uma similaridade nos resultados nas suas pesquisas.
A teoria da biogénese foi reforçada com os resultados da experiência do cientista francês Louis Pasteur (1822-1895). Ele preparou quatro balões de vidro, contendo caldo de carne, excelente meio de cultura para micróbios. Esticou os gargalos dos balões, curvando-os de modo a que tomassem a forma de “pescoço de cisne”. (Císne é uma ave palmípede, corpulenta, da familia dos anatídeos pertecentes a espécies selvagens ou domésticas). Com esta experiência Pasteur, provou que as condições da terra actual não ocorrem a geração espontânea. Provou também que qualquer forma de vida surge de outra pré-existente. Sendo assim pós o fim da geração expontânea.
Fig 2. experiência de Pasteur
Transformismo
É impressionante como cada cientista se envolveu com o seu trabalho para melhor percepção das suas crenças. A partir do século XVII, os cientistas foram tomando consciência de que o fixismo não justificava a grande diversidade dos seres vivos e tentaram encontrar outra explicação para a existência de um número tão elevado de espécies diferentes. Foi assim que deponta a teoria de transformista, com o seguinte teor:
• Os primeiros seres vivos eram mais simples e teriam sofrido modificações ao longo do tempo.
Esta teoria revolucionou o pensamento de que as espécies não evoluiam. Antes pensava-se que as espécies eram imutáveis. Mas, com o transformismo percebeu-se que as espécies adaptavam-se em função do ambiente, mudanças climáticas, entre outros factores.
O transformismo, baseado nas evidências obtidas pelo estudo das espécies actuais e pela análise dos fósseis, contrariava a imutabilidade das espécies actuais e abria caminho para o evolucionismo.
A teoria evolucionista é hoje aceite pela maioria dos biólogos, pela grande variedade de testemunhos que a apoiam.
Fig 3. evolucionismo
Teoria de Lamarck / Lamarckismo
O cientista Lamarck, nas suas teorias, usou como base dois princípios fundamentais. Estes serviram de sustento para as ideias na formulação das suas teorias.
Jean Baptiste de Monet, cavaleiro de Lamarck (1744-1829), taxonomista francês, apresentou a primeira teoria fundamentada na evolução dos seres vivos. Este foi bastante criticado, não tendo conseguido derrotar o fixismo.
A teoria de Lamarck, para explicar a existência da evolução, pode resumir-se em dois princípios fundamentais:
• Lei do uso e do desuso;
• Lei da herança dos caracteres adquiridos;
– Lei do uso e do desuso
As teorias deste cientista (Lamarck) consideravam que o ambiente condicionava a evolução, levando ao aparecimento de características que permitiam que os indivíduos se adaptassem às condições em que vivem.
Segundo a lei, a necessidade de usar um órgão em determinado ambiente acaba por provocar modificações nesse mesmo órgão (um órgão é muito usado, desenvolve-se, enquanto quando não é muito usado atrofia ou encolhe). Lamarck considerava que as serpentes teriam perdido os membros porque estes dificultavam a deslocação através da vegetação densa. Como não eram utilizados, foram-se atrofiando, até ao desaparecimento total.
Segundo a lei do uso e desuso, a primeira lei de Lamarck, as girafas desenvolveram o pescoço por terem necessidade de o esticar em busca de alimento.
Fig 4. Lei de uso e desuso-serpentes e girafas, segundo Lamarck
Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos
As alterações que se produzem nos indivíduos, como consequência do uso ou desuso dos órgãos são hereditárias, transmitindo-se à descendência.
As ideias de Lamarck foram contestadas relativamente aos seguintes aspectos:
• A lei de uso e desuso, embora válida para alguns órgãos, como os músculos, não explica todas as modificações;
• A lei da herança dos caracteres adquiridos não se verifica experimentalmente. A modificação de um órgão, adquirida durante a vida de um ser vivo, não é transmitida à descendência.
Actualmente, embora se reconheça que o uso ou desuso de um órgão altera o seu desenvolvimento, sabe-se que essas características afectam apenas a parte somática do indivíduo, não passando para o material genético. Só as alterações do DNA presentes nos cromossomas transportados pelos gâmetas são transmitidas à descendência.
Um argumento decisivo contra o lamarckismo foi a falta de comparação científica. Nenhuma das experiências conhecidas, efectuadas na tentativa de comprovar os testes lamarckistas, deu resultado.
Exercícios de Aplicação
1. Mencione cinco teorias que abordam aspectos da origem da vida.
Resposta: As teorias que sustentaram a origem da vida são: Fixismo, transformismo, catastrofismo, Lamarckismo e Evolucionismo.
2. Qual das leis constituintes da teoria de Lamarck chama atenção para o aspecto da adaptação?
Resposta: A lei constituínte da teoria de Lamarck que chama atenção é a lei de uso e do desuso.