Estrutura Primária e Secundária da Raíz
Nesta matéria, vamos estudar anatomia da raíz nas monocotiledónias e decotiledónias. Falaremos ainda do modo como as plantas crescem em comprimento e em diâmentro, a disposição dos tecidos vegetais numa raíz dicotiledónea e monocotiledónea, assunto a que fizemos referência na primeira unidade, na subdivisão das plantas angiospérmicas.
Até ao final desta matéria, você deve ser capaz de:
– Identificar a estrutura primária e secundária da raíz.
Estruturas Primárias e Secundárias da Raíz
A raíz cresce em comprimento a partir de um tecido especial chamado meristema, formado por células situadas na ponta da raíz, protegidas pela coifa. Da divisâo destas células resulta o crescimento primário que aprofunda a raíz no solo. O crescimento das plantas é indeterminado, isto é, podem crescer durante toda a sua vida.
A raíz apresenta crescimento primário em gimnospérmicas e angiospérmicas, tanto monocotiledóneas como dicotiledóneas.
O crescimento secundário no entanto, existe apenas em gimnospérmicas e dicotiledóneas lenhosas.
Nas monocotiledóneas, em que não existe raíz principal, não há crescimento secundário.
Estrutura Primária da Raíz
Num corte transversal da raíz notam-se, na estrutura primária, duas zonas caracteristicas: um cilindro central pequeno e uma zona cortical (ou cortex) muito larga.
De fora para dentro da raíz, encontram-se os seguintes tecidos:
• Epiderme – uma única camada de células vivas, algumas das quais se
dilatam, formando os pêlos absorventes;
• Zona cortical ou cortex – preenchida por um tecido fundamental, formado por células vivas, chamado parenquima, que pode ter função de reserva, de elaboração de várias substâncias ou de realização de fotossíntese;
• Endoderme – última camada de células do cortex, com espessamentos em forma de U nas monotiledoneas e pontuações de Caspary em dicoledoneas;
• Periciclo – primeira camada de células da medula. Estas células têm capacidade de se dividirem por mitose e estão relacionadas com a formação das raízes secundárias;
• Floema – tecido condutor de seiva elaborada, formado por células vivas;
• Xilema – tecido condutor de seiva bruta, formado por células mortas.
O xilema e o fluema dispõem-se alternadamente, em feixes (grupos) simples, separados por células parenquimatosas que se chamam raios medulares.
Nas monocotiledoneas, o centro da raíz é ocupado por um parenquima medular (ou medula), situando-se os feixes condutores à volta do cilindro central. Nas dicotiledoneas, o cilindro central é ocupado pelo xilema.
Após a diferenciação da estrutura primária da raíz, as dicotiledoneas tem um número reduzido de feixes condutores (geralmente 4). Nas monocolidoneas, os feixes condutores são mais numerosos (geralmente mais de 10).
Estrutura Secundária da Raíz
A estrutura secundária da raíz resulta da actividade de meristemas secundários que produzem o seu engrossamento. Nas raízes mais velhas aparece no cilindro central um maristema constituido por uma faixa estreita de células, que tem uma forma ondulada, passando por fora do xilema primário e por dentro do fluema primário, atravessando os raios modulares. Esta camada meristemática chama-se câmbio vascular.
O câmbio toma depois a forma circular, originando xilema secundário para o interior da raíz e floema secundário para o seu exterior.
Ao xilema e ao floema pode chamar-se agora lenho e liber respectivamente.
Na periferia do cortex aparece outro meristema secundário, chamado câmbio cortical ou felogénio. Devido a actividade deste câmbio, origina-se, para o interior da raíz, um parenquima chamado feloderme e para o exterior, células suberificadas que formam a exoderme (também chamada suber ou cortiça) e substituem a epiderme. O felogenio isola assim os tecidos exteriores da raíz, que, não recebendo nutrientes, morrem e caem, ficando, deste modo o cortex mais reduzido.
Exercícos Resolvidos sobre Estrutura Primária e Secundária da Raíz
1. Assinalecom “V” e “F” as alternativas verdadeiras e falsas, respectivamente.
a) Os meristemas apicais dão origem a tecidos secundários.____
b) O câmbio vascular dáorigem a floema e xilema secundários.____
c) Os meristemas apicais dão origem a tecidos secundários. ____
Resposta: a) F; b) V; c) F.