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Doenças Hereditárias

As doenças hereditárias são um conjunto de doenças genéticas caracterizadas por transmitir-se de geração em geração, isto é de pais a filhos, na descendência e que se pode ou não manifestar em algum momento de suas vidas. As principais são diabetes, hemofilia, hipertensão, obesidade e as alergias. Não deve se confundir doença hereditária com:

Doença congénita: é aquela doença que se adquire com o nascimento e se manifesta desde o mesmo. Pode ser produzida por um transtorno durante o desenvolvimento embrionário ou durante o parto.

Doença genética: é aquela doença produzida por alterações no DNA, mas que não tem por que se ter adquirido dos progenitores; assim ocorre, por exemplo, com a maioria dos cancros(câncer).

Exemplos de Doenças Hereditárias

– Anemia Falciforme

A forma comum da Anemia Falciforme (HbSS) acontece quando uma criança herda um gene da hemoglobina falciforme da mãe e outro do pai. É necessário que cada um dos pais tenha pelo menos um gene falciforme, o que significa que cada um é portador de um gene da hemoglobina falciforme e um gene da hemoglobina normal.

Como a condição de portador do traço falciforme é um estado benigno, muitas pessoas não estão cientes de que o possuem. Quando duas pessoas portadoras do traço falciforme resolvem ter filho(s), é importante que saibam que para cada gestação há possibilidade de um para quatro de que a criança tenha doença falciforme; há possibilidade de uma em duas de que a criança tenha doença falciforme; há possibilidade de uma em quatro de que a criança tenha o traço da falciforme, e a chance de um em quatro de que tenha a hemoglobina normal.

• O que é doença falciforme?

A Doença Falciforme é uma doença herdada em que, os glóbulos vermelhos, diante de certas condições, alteram sua forma e se tornam parecidos com uma foice, daí o nome falciforme.

Os glóbulos vermelhos em forma de foice se agregam e dificultam a circulação do sangue nos pequenos vasos do corpo. Com a diminuição da circulação ocorrem lesões nos órgãos atingidos, causando dor, destruição dos glóbulos, icterícia (olhos amarelos) e anemia.

– Neurofibromatose de Von Recklinghausen (NF1)

É um distúrbio comum do sistema nervoso caracterizado por manchas café-com-leite e tumores cutâneos fibromatosos.

O gene é clinicamente observado em praticamente todas as pessoas (cruzamento completo). No heredograma acima, o probando (indicado por uma seta) parece ser um gene mutante novo, pois seus pais e avós não são afectado.

– Polidactilia

Polidactilia é uma doença caracterizada pela presença de um dedo extra. Há uma variação muito grande na expressão dessa característica, desde a presença de um dedo extra, completamente desenvolvido, até a de uma simples protusão carnosa.

A remoção cirúrgica é o único tratamento, de simples resolução. Na Polidactilia um fenótipo é expresso da mesma maneira em homozigoticos e heterozigotos.

Regras para identificar a Herança Autossómica Dominante:

• Deve ocorrer em homens e mulheres em igual frequência.

• Pais normais só podem ter filhos normais.

• Pais afectados podem ter filhos afectados e normais

• Não ocorrem saltos de gerações.

Classificação das Doenças Hereditárias

Doenças Monogénicas

São doenças hereditárias produzidas pela mutação ou alteração na sequência de DNA de um gene. Também se chamam doenças hereditárias mendelianas, por se transmitir na descendência segundo as leis de Mendel. Conhecem-se mais de 6000 doenças hereditárias monogénicas, com uma prevalência de um caso por cada 200 nascimentos. Exemplos de doenças monogénicas são:

• Anemia falciforme.

• Fibrose cística.

• Doença de Batten.

• Doença de Huntington (cromossoma 4).

• Síndrome de Marfan.

• Hemocromatose.

• Deficiência de alfa-1 antitripsina.

• Distrofia muscular de Duchenne.

• Síndrome do X Frágil.

• Hemofilia A.

• Fenilcetonúria.

As doenças monogénicas transmitem-se segundo os padrões hereditários mendelianos como:

– Doença autossómica recessiva. Para que a doença se manifeste, precisa-se de duas cópias do gene mutado no genoma da pessoa afectada, cujos pais normalmente não manifestam a doença, mas portam cada um uma cópia do gene mutado, pelo que podem o transmitir à descendência. A probabilidade de ter um filho afectado por uma doença autossómica recessiva entre duas pessoas portadoras de uma só cópia do gene mutado (que não manifestam a doença) é de 25%.

– Doença autossómica dominante. Só se precisa uma cópia mutada do gene para que a pessoa esteja afectada por uma doença autossómica dominante. Normalmente um dos dois progenitores de uma pessoa afectada manifesta a doença e estes progenitores têm 50% de probabilidade de transmitir o gene mutado a seu descendente, que manifestará a doença.

– Doença ligada ao cromossoma X. O gene mutado localiza-se no cromossoma X. Estas doenças podem transmitir-se a sua vez de forma dominante ou recessiva.

Doenças Poligénicas

São um conjunto de doenças hereditárias produzidas pela combinação de múltiplos factores ambientais e mutações em vários genes, geralmente de diferentes cromossomas. Também se chamam doenças multifactoriais.

Algumas das doenças crónicas mais frequentes são poligénicas, como por exemplo:

• Hipertensão arterial.

• Diabetes mellitus.

• Vários tipos de câncer.

• Inclusive a obesidade.

A herança poligénica também se associa a rasgos hereditários tais como os padrões da impressão digital, altura, cor dos olhos e cor da pele. Possivelmente a maioria das doenças são doenças multifactoriais, produzidas pela combinação de transtornos genéticos que predispõem a uma determinada susceptibilidade aos agentes ambientais.

Doenças Cromossómicas

São devidas a alterações na estrutura do cromossoma, como perda cromossómica, aumento do número de cromossomas ou translocações cromossómicas. Alguns tipos importantes de doenças cromossómicas podem-se detectar no exame microscópico. A trissomia 21 ou síndrome de Down é um transtorno frequente que sucede quando uma pessoa tem três cópias do cromossoma 21 (entre um 3 e um 4% dos casos são hereditários; o resto são congénitos).

Exercícios de Aplicação

1. Sabe-se que o HIV tem afinidade por uma determinada célula do organismo.

– Qual essa célula e qual sua função no organismo? e o que ocorre com o organismo com a destruição dessas células?

Resposta: O HIV tem afinidade com as células do sistema imunológico, especialmente linfócitos CD4. Com a destruição dessas células, o organismo perde a imunidade, ficando vulnerável às doenças.

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